sexta-feira, 25 de junho de 2010

Por culpa da chuva

Chove. Lá fora e aqui dentro. Está tudo molhado e úmido. Telhado de vidro? O que é isso? Não, não venho a esse lugar por moralidades, antes disso: patologia. O certo é que não sei nem por que escrevo isso aqui. Reconheço que há no fundo uma necessidade de rompimento, por isso agora as linhas corridas, derretidas, que molham tudo como faz a chuva lá fora. É tudo culpa dela. Não há a menor sombra de dúvida que ela é culpada disso, por estar nesse lugar, imerso em ruídos molhados que preenchem tudo e ao mesmo tempo nada. Nada é um sentimento? Nada... acredito que sim, posto que... ah, esquece... estou de saco cheio de tudo. Das coisas que valem a pena já nem sei mais. Queres saber? eu não sinto... Amortecido. Mais tecido, menos amor, ou vice e versa. Não importa, as duas palavras juntas são o meu estado de espírito e constituem tudo que aqui habita. Maldito logos humano. Vão todos para o inferno! Poço; poça; fosso; fossa; remo; rima... o certo é que a culpa é da chuva por não saber por que estou aqui neste lugar inerte, vazio e distante. Não tenho a menor ideia dos motivos que fazem ela me remeter até aqui. Só sei que aqui estou, só. Nó; nós; nunca; nuca; sinuca. Nunca mais...

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