segunda-feira, 5 de abril de 2010

Divagações I

Minhas ideias são como pássaros
deslocando-se no tempo e no espaço,
dançando e planando nas nuvens
os passos mais incríveis de um pensamento

São como estrelas que caem
fugidias e repentinamente
a driblar o olhar leigo e desatento
chocando-se contra a imensidão do universo

Pensar! Divino presente!
desde a árvore até a semente
admirar o céu poente
o crepúsculo sobre o mar!

E cada ideia é um encanto
de sorriso ou de pranto
que encanta a quem eu canto
para que do pranto passe a cantar!

Desejo

Todo desejo
É, na verdade,
Um desejo de morte.
Insípido e difuso.
Divinamente forte
Como a corrente de um rio.
E espantosamente estrondoso
Como castelo que ruiu
Em um dia chuvoso.

Desejos mórbidos do cintilar da noite
Morbidez diária como ração diária
Como doses diárias de vida
Pedaços de vidas pela beira do caminho
À procura da minha própria existência.

Caminhos de desejos: lobo em pele de cordeiro.

Todo desejo
É, como este poema,
Fruto de um sonho.